Nas bagagens dos imigrantes, nem sempre houve espaço para cadernos de receitas (nem sempre houve espaço, aliás, para qualquer bagagem…). Trazidos na memória, modos de preparo também tiveram de se adaptar aos costumes culinários locais, aos ingredientes disponíveis, aos gostos de filhos e netos que foram sendo criados ou nascendo na nova terra. Muitas receitas transformaram-se; muitas caíram em desuso; muitas migraram do cotidiano do qual um dia fizeram parte para o lugar das comidas especiais, servidas em dias de festa e em estabelecimentos de cozinha típica.
Nesta coleção, Cozinha Imigrante, preparada pelo Lembraria a partir de depoimentos selecionados do acervo do Museu da Pessoa, adentramos o universo judaico e reunimos histórias de migrações culinárias. Elas são contadas por judeus que, ao deixarem o Leste Europeu, foram morar no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, e que, de alguma forma, elegeram receitas comuns de seus países de origem para cultivar a memória de quem foram e de onde vieram.
- O iugoslavo Avraham Ben Avran fundou uma loja especializada em burikita, um quitute que não faltava nas ceias do Shabat de sua família.
- A bureka diferencia-se da burikita pelo formato e pela origem: é tradicional da Bulgária de Lina Levi, que também abriu uma casa dedicada às “receitas-memórias”.
- A polonesa Rosa Fajersztajn aceitou o arroz com feijão, mas não quis se esquecer da comida que considera “sua”: reservou-a para os dias de reunião em família.
No site do Museu da Pessoa, veja a coleção completa Cozinha Imigrante.
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Outras coleções do Lembraria para o Museu da Pessoa:
- Memórias de supermercado: a loja que revolucionou a cozinha.
- Saberes (e sabores) guardados: as receitas de uma mestre griô.
- Comer e beber a cidade: os estabelecimentos que lembram São Paulo.
- Sabores de infância: histórias de comida que lembram os tempos de criança.
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