Há mais de quarenta anos, em dezembro de 1974, o paulistano Eduardo de Oliveira, ainda criança, escreveu uma carta à avó Madalena (foto acima), dizendo que pretendia visitá-la antes do Natal. Para isso, no entanto, impunha uma condição: […] ao chegar aí, espero encontrar meu bolo favorito como a senhora sabe. […] Aqui termino minhas…
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Uma dorzinha no “voltar para casa” (ou um amor de domingo)
Todos os dias, a escritora Noemi Jaffe publica em seu Twitter etimologias que acompanho agradecida. É como se o dicionário abrisse a si mesmo na sorte da vez. Esse grifo dá voz ao sentido profundo das palavras e não raro arranca de mim um sorriso ou me faz erguer as sobrancelhas. No dia 25 de…
Açúcar de aniversário: sem docinhos, não tem festa
Fotografadas entre 1967 e 1999, as imagens acima mostram diferentes épocas, famílias e locações, mas uma mesma cena: festinhas de aniversário, com bolo, docinhos, refrigerante. Pode reparar. Em todos os quadros, clicados na época em que era preciso escolher com cuidado o ângulo para não desperdiçar o filme, não há salgados – no máximo, eles aparecem tímidos, atrás…
Vestido bem cintado, saia na altura da panturrilha… e cartola
Instruções de leitura: antes de mais nada, coloque Nat King Cole para cantar. Depois, imagine uma cena: meados dos anos 1950 – aquele tempo a que muita gente quando era mais nova e ingênua se referia com um “puxa, queria ter vivido nessa época…”, achando que tudo não passava de um baile dos tempos da brilhantina no…
O que comíamos há trinta anos (era feito no micro-ondas)
Autor do clássico A Fisiologia do Gosto, o francês Brillat-Savarin (1755-1826) foi quem escreveu o aforismo “diga-me o que tu comes que te direi quem és”. Inspirado por essa questão já batida, proposta por Savarin, este texto começa com uma pergunta: “quem era você há vinte, trinta anos?”. Ou, em outras palavras, o que comia nas…