Na orelha da edição brasileira do único romance escrito pela poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963), A Redoma de Vidro (Biblioteca Azul), está anotado o seguinte: “Sua obra, composta sobretudo por poemas, mas também por contos, crônicas, correspondência e um vasto diário, chamou a atenção de um grande número de leitores pelo mundo, que veem em seu…
Categoria: Volume 1
Especialidade? Reunir todo mundo em volta da mesa
Mesmo diante da mesa fartamente preparada para as festas de fim de ano, a avó de João Carlos Pinto Casangel da Silva dizia: “Eu não gosto de cozinhar”. Acostumada a fazer um bolo para cada dia, cada um de um sabor diferente – vai que aparece alguém sem avisar! -, ela só podia estar brincando…
De domingo, de café da tarde, de fubá e erva-doce: as histórias dos bolos de vovó
Há mais de quarenta anos, em dezembro de 1974, o paulistano Eduardo de Oliveira, ainda criança, escreveu uma carta à avó Madalena (foto acima), dizendo que pretendia visitá-la antes do Natal. Para isso, no entanto, impunha uma condição: […] ao chegar aí, espero encontrar meu bolo favorito como a senhora sabe. […] Aqui termino minhas…
O tempo da fascinação, o tempo da compreensão e a importância de parar para pensar
Sobre lembrança e memória, persistência e engano. Em um fragmento de Marcel Proust no livro de Roland Barthes, há o tempo da fascinação e o tempo da compreensão.
Por que o feijão queima?
O feijão queima, porque a mãe teima em escrever um parágrafo depois de a fervura se erguer e a chama baixar, contando com os quarenta e sete minutos mais demorados de uma pressão. Só que esses passam num átimo. O feijão queima, porque o telefone toca (como assim?) ou porque é preciso pagar umas contas…
Uma carta à mãe Peppina
“Milão, 26 de fevereiro de 1927 Querida mamãe, Encontro-me em Milão desde o dia 7 de fevereiro, nos cárceres judiciários de San Vittore. Saí de Ustica em 20 de janeiro e foi-me entregue aqui uma carta sua, sem data, mas que deve ser dos primeiros dias de fevereiro. Não deve se preocupar por uma mudança em…
Memória indígena: quando não tinha beiju, fazia mingau de erva-cidreira
Desde pequena, a cearense Raimunda Cruz do Nascimento, mais conhecida como Raimundinha, testemunhou de perto a difícil luta de sua comunidade, de ascendência indígena, para sobreviver. Sem estudo nem dinheiro, sua mãe havia sido abandonada pelo marido, com cinco filhos, e acabou sendo enganada pelos posseiros da região, gente rica e poderosa, e expulsa de sua terra….
Lembranças póstumas da Lucky Peach
Embora tenha trabalhado muitos anos em revistas, quando me mudei para meu atual endereço joguei a maioria delas fora, algumas por falta de interesse em relê-las no futuro, outras por simples falta de espaço. Algumas, no entanto, resistiram. Não pude me desfazer daquelas que, por diferentes motivos, considerava especiais, e os poucos exemplares que colecionei…
O álbum dos bolos de casamento (1954-1987)
Quando convidadas a contar suas histórias, as pessoas costumam recorrer a marcos que as ajudem a lembrar de certos casos, de certos períodos. O casamento, oficializado ou não, parece ser um dos mais frequentes “guias” da memória. Por muito tempo, a festa organizada para celebrá-lo era um dos raros eventos da vida a ganhar registro em fotografia; era, assim, um dos poucos momentos…
Bolos de noiva: com frutas secas e virgindade
Ouça essa história também na Rádio Lembraria: Um dos mais tradicionais “amuletos” de boa sorte para quem acaba de se casar é o bolo da cerimônia, que, para intensificar seu poder, deve ser cortado pelo noivo e pela noiva juntos, segurando a mesma faca. Os “bolos de casamento” das fotos acima, com seus muitos andares e frufrus, são,…