Mastigando moedas e fazendo rolinhos (de frango e caviar)

Na orelha da edição brasileira do único romance escrito pela poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963),  A Redoma de Vidro (Biblioteca Azul), está anotado o seguinte: “Sua obra, composta sobretudo por poemas, mas também por contos, crônicas, correspondência e um vasto diário, chamou a atenção de um grande número de leitores pelo mundo, que veem em seu…

Especialidade? Reunir todo mundo em volta da mesa

Mesmo diante da mesa fartamente preparada para as festas de fim de ano, a avó de João Carlos Pinto Casangel da Silva dizia: “Eu não gosto de cozinhar”. Acostumada a fazer um bolo para cada dia, cada um de um sabor diferente – vai que aparece alguém sem avisar! -, ela só podia estar brincando…

Por que o feijão queima?

O feijão queima, porque a mãe teima em escrever um parágrafo depois de a fervura se erguer e a chama baixar, contando com os quarenta e sete minutos mais demorados de uma pressão. Só que esses passam num átimo. O feijão queima, porque o telefone toca (como assim?) ou porque é preciso pagar umas contas…

Uma carta à mãe Peppina

“Milão, 26 de fevereiro de 1927 Querida mamãe, Encontro-me em Milão desde o dia 7 de fevereiro, nos cárceres judiciários de San Vittore. Saí de Ustica em 20 de janeiro e foi-me entregue aqui uma carta sua, sem data, mas que deve ser dos primeiros dias de fevereiro. Não deve se preocupar por uma mudança em…

Memória indígena: quando não tinha beiju, fazia mingau de erva-cidreira

Desde pequena, a cearense Raimunda Cruz do Nascimento, mais conhecida como Raimundinha, testemunhou de perto a difícil luta de sua comunidade, de ascendência indígena, para sobreviver. Sem estudo nem dinheiro, sua mãe havia sido abandonada pelo marido, com cinco filhos, e acabou sendo enganada pelos posseiros da região, gente rica e poderosa, e expulsa de sua terra….

Lembranças póstumas da Lucky Peach

Embora tenha trabalhado muitos anos em revistas, quando me mudei para meu atual endereço joguei a maioria delas fora, algumas por falta de interesse em relê-las no futuro, outras por simples falta de espaço. Algumas, no entanto, resistiram. Não pude me desfazer daquelas que, por diferentes motivos, considerava especiais, e os poucos exemplares que colecionei…

O álbum dos bolos de casamento (1954-1987)

Quando convidadas a contar suas histórias, as pessoas costumam recorrer a marcos que as ajudem a lembrar de certos casos, de certos períodos. O casamento, oficializado ou não, parece ser um dos mais frequentes “guias” da memória. Por muito tempo, a festa organizada para celebrá-lo era um dos raros eventos da vida a ganhar registro em fotografia; era, assim, um dos poucos momentos…

Bolos de noiva: com frutas secas e virgindade

Ouça essa história também na Rádio Lembraria: Um dos mais tradicionais “amuletos” de boa sorte para quem acaba de se casar é o bolo da cerimônia, que, para intensificar seu poder, deve ser cortado pelo noivo e pela noiva juntos, segurando a mesma faca. Os “bolos de casamento” das fotos acima, com seus muitos andares e frufrus, são,…