
Entre 10 de outubro e hoje, publicamos no Lembraria as histórias de vida que integram a primeira coleção do Museu da Pessoa criada com a nossa curadoria. Essa seleção de estreia, que chamamos de Sabores de Infância, trouxe, a cada dia, relatos pinçados do acervo do museu, a maioria em vídeo, que se desenrolam a partir de lembranças de comida relacionadas aos tempos de criança.
Ao vasculhar o acervo, encontramos muitos depoimentos que mostram como é comum o movimento de retornar à infância – o “tempo bom” que parece ficar ainda melhor conforme envelhecemos e nos distanciamos dele –, para procurar os momentos mais marcantes e felizes da vida. E, mais do que isso, como é fácil usar os sabores e os aromas vindos da cozinha familiar para fazer essa busca.
A seguir, você confere as histórias de infância e de comida que selecionamos para essa coleção de estreia*.
- Bernadete recheia o relato sobre a vida dela com as receitas preparadas pela mãe em sua época de menina: o doce de banana que demorava dias para ficar pronto, a caprichada macarronada de domingo…
- Antônio e Giovanna têm histórias marcadas não pela comida, mas pela ausência dela, seja em tempos de complicada situação financeira, como é o caso dele, seja em tempos de racionamento de alimentos por causa da guerra, como é o dela.
- Para dona Rosinha, cozinhar, quando pequena, era uma brincadeira – mais tarde, se tornou profissão. Merendeira, ela contou sua história aos alunos da escola em que trabalhou; e eles usaram as lembranças dela como inspiração para desenhar.
- No caminho da memória, Lauro e Gilberto fizeram uma parada no comércio da família no passado: o primeiro na mercearia do pai, que mandava vir da Argentina maçãs que nunca mais tiveram o mesmo perfume; o segundo na carroça de verduras do avô.
- Maria era uma daquelas crianças “difíceis” para se alimentar… Para enlouquecer (e enciumar) a mãe, ela só resolvia comer “de dar gosto” quando a vizinha lhe preparava um requentado mexido.

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