Na orelha da edição brasileira do único romance escrito pela poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963), A Redoma de Vidro (Biblioteca Azul), está anotado o seguinte: “Sua obra, composta sobretudo por poemas, mas também por contos, crônicas, correspondência e um vasto diário, chamou a atenção de um grande número de leitores pelo mundo, que veem em seu verso singular a sublime expressão do desespero, da emoção violenta e da obsessão com a morte, despida de um verniz lírico, porque imerso na crueza dos sentimentos mais profundos.”
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Desde o começo e em um crescente contínuo, os leitores acompanham a protagonista Esther Greenwood (o livro é considerado semi-autobiográfico) na aventura de não saber o que faz do mundo, enquanto está sempre fazendo alguma coisa.
Vivendo em Nova York por causa de um bolsa de estágio e de uma vaga na universidade, Esther tem 19 anos e trabalha em uma revista “intelectual de moda”.
No terceiro capítulo, ela fala bastante sobre comida. “Não sei direito o motivo, mas não tem nada de que eu goste mais do que comida.” (…) “Meus pratos favoritos são cheios de manteiga, queijo e creme azedo.”
Esther desconhece de onde vem seu desejo por comer bem e bastante, mas suas referências de apetite e relação com a comida vão costurando o relato e nos dando uma medida de fome (de viver e de se esconder).
No almoços de trabalho, cada um deles uma singular oportunidade de comer onde “um potinho de ervilhas custa sessenta centavos” e pedir um monte de pratos mais finos e caros, ela se especializou em comer rápido, para nunca deixar as outras pessoas esperando, “mesmo as que costumavam pedir apenas uma salada do chef e um suco de toranja porque estavam tentando emagrecer. Quase todo mundo que eu conheci em Nova York estava tentando emagrecer.”
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Sylvia Plath se matou aos 30 anos, em Londres. Tinha dois filhos.
Maravilhoso o novo blog.Muito bom Pq o feijao queima.
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