Em “À Mesa com o Chapeleiro Maluco” (Companhia das Letras), o ensaísta Alberto Manguel explora a “demência sublime” de personagens doidos da literatura. Não é um livro de pegada gastronômica, ainda que seu nome possa sugerir que sim…
“Em nossa época, para criar e manter a engrenagem forte e eficiente do lucro financeiro, escolhemos coletivamente a velocidade em vez da lentidão deliberada, respostas intuitivas em vez da reflexão crítica detalhada, a satisfação de conclusões automáticas ao alcance da mão em vez do prazer da concentração e da tensão entre várias possibilidades que não exigem um fim conclusivo. Se o lucro é a meta, a criatividade deve sofrer.”
Um dos capítulos em especial é sobre a memória de cada um e os relatos escritos em primeira pessoa. Em “Por que você está me contando isso?” o autor analisa o sentido (ou a falta dele) das verdades inventadas, na voz do eu. Destacamos abaixo a epígrafe escolhida pelo autor, que soa ora como afirmação, ora como pergunta.
